domingo, 25 de abril de 2010

A VERDADEIRA AUTORIDADE

****DEBATENDO A VERDADE****
Dr. King: Boa noite. Como havia prometido, finalmente encontrei um expert de Bíblia judeu que crê em Jesus como o Messias e que assistiu ao programa prévio de televisão onde entrevistamos ao Dr. Piodoche e ao Dr. Martín, representantes da Igreja Católica e Protestante respectivamente. Dr. Avraham, seja bem vindo e obrigado por estar conosco.

Dr. Avraham: Sou eu quem agradece, Dr. King e agradeço a todo este magnífico auditório presente.

Dr. King: Como disse previamente, o Sr. assistiu ao programa prévio. O que achou?

Dr. Avraham: Foi um programa muito bom, muito bem dirigido pelo Sr. e desenvolvido de forma impecável pelas partes. Apesar de o assunto ser difícil e “quente”, ambos se mostraram muito capazes, muito respeitosos e muito bem informados.

Dr. King: Em sua opinião quem ganhou o debate?

Dr. Avraham: É um pouco difícil dizer quem ganhou o debate porque segundo a minha perspectiva ambos estão fora da realidade da autoridade, mas em todo caso, se me situar estritamente dentro dos limites eclesiásticos e teológicos que apresentaram, creio que quem teve razão foi o representante da Igreja Católica, o Dr. Piodoche.

Dr. King: Sobre o que se baseou sua decisão?

Dr. Avraham: As evidências apresentadas. Não houve forma que o Dr. Martín pudesse rebater o fato de que cultural e teologicamente, a Igreja Protestante e Evangélica está unida à Igreja Católica e que depende dela, da sua antiguidade e autoridade.

Dr. King: Então o Sr. concorda que a autoridade para determinar quais livros devem fazer parte da Bíblia e especialmente do Novo Testamento, está na Igreja Católica?

Dr. Avraham: Absolutamente não. Por isso disse que segundo minha perspectiva, ambos estavam fora da autoridade.

Dr. King: O que quer dizer com “estavam fora da autoridade”?

Dr. Avraham: Quero dizer que o assunto da autoridade em termos de recepção e transmissão das Escrituras, nem a Igreja Protestante nem a Igreja Católica tem a autoridade.

Dr. King: Quem tem então?

Dr. Avraham: A evidência que provem do próprio documento conhecido como Novo Testamento, explica a quem foi dada tal autoridade.

Dr. King: Obviamente quero que me fale sobre isto. Mas antes, foi dito aqui que Israel deixou de ser o povo escolhido por ter rejeitado a Jesus e que esta posição foi preenchida pela Igreja e que os judeus querem fazer parte dessa posição de novo, têm que se converter ao cristianismo. O que o Sr. me diz? Aceita ou não?

Dr. Avraham: Não, não é necessário converter-se, não creio que Israel deixou de ser o povo escolhido e ou muito menos que judeu tenha que se tornar cristão para retomar sua posição de povo escolhido.

Dr. King: Mas o Sr. crê em Jesus como Messias, não?

Dr. Abraham: Eu não creio que este Jesus criado pela Igreja Católica seja o Messias.

Dr. King: Como? Pode explicar?

Dr. Avraham: Claro que sim. Em primeiro lugar não falamos de Jesus que é uma tradução infeliz do nome hebraico do judeu que requereu ser o Messias. Seu verdadeiro nome foi Yehoshua e a abreviação deste nome é Yeshua. Tristemente a tradução do nome não é simplesmente um assunto gramatical, mas também algo mais sério, um assunto de teologia.

Dr. King: Poderia explicar, por favor?

Dr. Avraham: Claro que sim, com muito prazer. Yeshua foi um judeu que viveu dentro da comunidade judaica de Israel entre os primeiros 30 anos da era atual. Em seus dias, o Templo de Jerusalém estava de pé com todos os sacerdotes e levitas oficiando os sacrifícios diários estabelecidos pelo Eterno ao nosso povo.

Como judeu que foi, enquanto era criança, subia com seus pais todos os anos para as três festas anuais que todo judeu está obrigado a santificar em Jerusalém. Nas outras podia faltar, mas nestas três não. Estas festas eram: Pésach (Páscoa) Shavuot (Pentecostes) e Sucot (Tabernáculos). Como é evidente, o mundo de Yeshua foi o mundo judeu: a lei de Moisés, o Templo, os sacerdotes, os levitas, os juízes de Israel, os mestres e as diferentes escolas de pensamento hebraico de seus dias: fariseus, saduceus, essênios, sicários, zelotes, etc.

Dr. King: O que o Sr. está dizendo é que Jesus, ou seja, Yeshua não foi cristão.

Dr. Avraham: O Sr. Mesmo disse. Yeshua não foi cristão, não havia cristianismo em seus dias. Somente judaísmo. Portanto, as palavras de Yeshua, têm que ser entendidas à luz do Judaísmo, não do Cristianismo que veio depois, uns 300 anos mais tarde.

Dr. King: Então o Sr. afirma que o Cristianismo é um fato religioso posterior a Yeshua.

Dr. Avraham: Correto. Não somente posterior a Yeshua historicamente falando, mas que não representa o ensinamento real de Yeshua, nem de seus ditos nem de sua vida.

Dr. King: Por que não os representa?

Dr. Avraham: Porque suas palavras foram interpretadas à luz do helenismo greco-romano, não à luz do Judaísmo.

Dr. King: O que o Sr. quer dizer é que a interpretação que fez o Cristianismo de Jesus, quero dizer, Yeshua, é muito diferente da interpretação judaica?

Dr. Avraham: Isto é o que quero dizer. A Igreja surge num contexto diferente ao de Yeshua. Ela existe fora de Israel, em meio à comunidade gentia, imperial e pagã. Não dentro do judaísmo. Então a missão mais importante da Igreja foi como ganhar os pagãos para a nova fé. E com o objetivo de tornar tal esforço mais sofrível e conhecido, agregaram os ditos e ensinamentos de Yeshua, que eram judeus, à linguagem e cultura dos pagãos. O resultado foi a distorção da mensagem judaica a respeito do Messias judeu.

Dr. King: Então o que conhecemos hoje como a mensagem cristã não necessariamente foi a mensagem original de Jesus, ou seja, de Yeshua.

Dr. Avraham: Correto. Suas palavras foram entendidas e explicadas à luz da filosofia helenista e do paganismo, não à luz do Judaísmo.
E o resultado deste feito foi o surgimento da Igreja Cristã, ou seja, o Cristianismo Católico tem muito pouco de sua essência original, ainda que guarde muitas de suas formas externas, mas fundamentadas em dois fatos chaves: transferência seletiva e substituição absoluta.

Dr. King: O que significa, Dr. Avraham, o que o Sr. chama transferência seletiva e substituição absoluta?

Dr. Avraham: Significa que a Igreja Católica, fundamentada em uma série de ensinamentos que já vinham sendo dados por alguns líderes cristãos, obviamente não judeus, a partir do segundo século, como por exemplo, Inácio de Antioquia, quem afirmou que Israel havia deixado de ser o povo escolhido e substituído pelos cristãos, desenvolve uma teologia de substituição, ou seja, ela é agora um novo Israel, o novo povo de D-us, os judeus foram rejeitados e substituídos pelos cristãos e fora isso, uma teologia de transferência seletiva, ou seja, as bênçãos que inicialmente haviam sido dadas para Israel, agora são passadas ou transferidas para a Igreja, mas as maldições creditadas aos judeus rejeitados por D-us. (Ler Efésios 2:11-22 e Romanos 11:17-20)

Dr. King: Em outras palavras, o bom para cá e o mau para lá…

Dr. Avraham: Exatamente. Isto sucedeu e o resultado é a criação de uma entidade religiosa completamente separada e divorciada de sua matriz judaica e em ocasiões, não somente separada e divorciada, mas sua pior inimiga. Creio que ninguém duvida da grande inimizade que causou o Cristianismo Católico a tudo o que fosse judaico, as perseguições, as cruzadas, a inquisição e finalmente o holocausto nazista. Tristemente, tudo isso em nome da fé cristã e em nome de Jesus.

Dr. King: E como pôde acontecer isto? Não deveria haver um sentido de gratidão ao povo judeu por parte da Igreja?

Dr. Avraham: As coisas não aconteceram de um dia para outro. Foi um processo que levou anos, séculos. E tudo começa quando os postulados básicos do Judaísmo são ignorados para se tornarem acessíveis aos pagãos, para evitar a censura romana, que era o império naqueles dias e que estava em guerra contra os judeus, são eliminadas todas as práticas e princípios judaicos que inicialmente desfrutaram os crentes em Yeshua, o calendário é alterado para não conter nada judaico nele, as datas bíblicas são substituídas por datas de celebração pagã e os judeus são acusados de serem os culpados da morte de Cristo. Isto foi criando uma separação, um ódio ao povo judeu que se transforma em um movimento anti-semita de proporções mundiais até nossos dias. Este processo foi o que eventualmente, com a conversão do imperador Constantino ao cristianismo por razoes políticas, não religiosas, ou seja, para usar o cristianismo como ferramenta política, criou as condições para o Santo Império Romano, ou seja, o Cristianismo se transforma na religião oficial do Estado com um objetivo: criar um governo mundial que domine o mundo inteiro, pois assim pensaram que seria o domínio de Cristo na terra.

Dr. King: Então o cristianismo não existiu no primeiro século... É isto que o Sr. quer dizer?

Dr. Avraham: O cristianismo não tem nada a ver com o movimento de crentes não judeus do primeiro século.
O cristão de Antioquia nos dias de Paulo, não tem nada a ver com o cristão de Roma três séculos mais tarde. São duas coisas completamente diferentes, em perspectiva, estado, doutrina e cultura. Como do dia para noite. Tristemente o Cristianismo formado assim, ou seja, a Igreja Católica ou universal veio a ser a antítese do movimento cristão do primeiro século.

Dr. King: O Sr. tem dito coisas extremamente importantes aqui que nos dão muita luz para entender certas coisas que em minha mente, por exemplo, não podia entender. Eu não podia entender como o cristianismo pôde ser anti-judaico e anti-semita. Creio que agora percebo porque. Isto é revelação para mim. Mas tenho uma pergunta: Foi para esta Igreja Católica e anti-semita como o Sr. tem afirmado, que se revelou o Novo Testamento? Porque se é assim, como poderemos confiar nestes documentos? São confiáveis os documentos que a Igreja declara como seus e que tem dado ao mundo como palavra segura e inspirada de Yeshua e seus apóstolos? Em outras palavras, o Sr. recomenda, como judeu, o Novo Testamento editado pela Igreja Católica? Gostaríamos de escutar sua opinião.

Dr. Avraham: A fidelidade de D-us supera as debilidades do homem. E a maldade do homem não anula a fidelidade de D-us, nem Sua Palavra. Isto é certo ao que se refere às Escrituras Hebraicas, à Bíblia Hebraica e é certo ao que se refere a qualquer outra verdade que D-us tenha desejado preservar para o homem. Nesta amplia realidade da fidelidade de D-us, aceitamos que o documento conhecido como Novo Testamento contem uma riqueza e uma herança magnífica dos ensinamentos originais de Yeshua, nosso Adón (Senhor), nosso Messias e assim como de seus discípulos originários.

Dr. King: O Sr. diz “contem”. Significa que nem tudo está ali?

Dr. Avraham: Exatamente, nem tudo está ali. De fato o próprio testemunho interno deste documento conhecido como Novo Testamento, ao qual chamamos Código Real, revela que as palavras e feitos de Yeshua superam excessivamente o que foi escrito dele. Um de seus discípulos, por exemplo, afirmou que se fossem escrever uma por uma, não caberiam no mundo os livros que teriam que ser escritos. João 21:25.

Dr. King: E onde estão estes livros?

Dr. Avraham: Esta coleção de livros que conhecemos como Novo Testamento não se formou de um dia para outro. Nem os próprios discípulos de Yeshua tiveram idéia, talvez de que se editariam todos juntos e formariam um livro. Nem entraram num acordo com outros para fazer isto. Cada qual escreveu de acordo com a situação particular em que se encontrava e suprindo as necessidades específicas das comunidades de crentes que haviam se formado. Entretanto, como regra geral, os próprios apóstolos tinham conhecimento dessas cartas e as valorizavam. Ao menos isto é o que nos indica o Apóstolo Kefa (Pedro), por exemplo, em uma de suas cartas, em relação aos escritos do Apóstolo Paulo. Por isso existem cartas endereçadas à indivíduos em particular e à comunidades em particular para resolver problemas particulares daqueles dias. Por outro lado, é impossível crer que tendo Yeshua tantos discípulos, somente dois ou três escreveram suas memórias e seus ditos. E é impossível crer que sendo tantas as comunidades surgidas por onde queira, tanto judaicas como gentílicas, outras cartas e documentos semelhantes aos que agora temos, não fossem escritos. A arqueologia tem um grande trabalho adiante e grandes surpresas nos esperam.

Por outro lado, sabemos que muitos documentos hebraicos antigos foram queimados pela Igreja em lugares públicos. Muitos desses documentos em hebraico eram cópias de outros documentos em hebraico escritos pelos apóstolos. Talvez tenham se perdido para sempre. Além do mais, quando a Igreja selecionava este ou aquele documento como válido, os que tinham outros rolos não aceitos ou reconhecidos pela Igreja, ou que não foram mencionadas pela Igreja em seus concílios, os escondiam e possivelmente apareçam em qualquer momento. Talvez não, talvez tenhamos perdido. Seria uma grande perda, certamente. Minha esperança é que muitos destes documentos apareçam.

Dr. King: O Sr. mencionou algo interessante, que foi a Igreja, mediante seus concílios quem editou o Novo Testamento como o conhecemos agora.

Dr. Avraham: Certo. Foi a Igreja Católica quem editou o Novo Testamento como o conhecemos hoje em dia. Não talvez porque quis, mas porque foi obrigada, em certo sentido, a fazer isto.

Dr. King: Como “foi obrigada a fazer isto”?

Dr. Avraham: Quando morrem os apóstolos e a geração de seus discípulos e começa o segundo século, existem fatores políticos que não podemos perder de vista que influenciam em fatos que vão ocupando lugar dentro das fronteiras do império romano e além de seus limites. Uma grande guerra havia terminado no ano de 73, na qual Roma saiu ganhando militarmente. Muitos judeus morrem, outros são perseguidos, expulsos de sua terra e têm que ir ao exílio e muitos deles vivendo clandestinamente para salvar suas vidas. Um movimento de resistência judaica surge e Roma sabe disto. De fato, a guerra explode de novo em 132 com grandes baixas romanas e a conquista de Jerusalém pelos judeus daquela geração.

Uns anos depois, os romanos ganham finalmente a guerra e outra vez o judeu tem que se esconder entre as nações e dispersar-se entre os povos. Isto foi assim até recentemente quando se cria em nossos dias o moderno Estado de Israel. A principio, os crentes, isto é, seguidores de Yeshua não judeus, são perseguidos também por Roma porque pensavam que tinham se tornado judeus devido à similaridade de suas práticas e crenças judaicas.

Dr. King: Quer dizer que no princípio não havia separação entre a sinagoga e a igreja.

Dr. Avraham: No princípio não havia, pois se fixaram as pautas da maneira como deveriam viver os gentios que se convertiam ao D-us de Israel, que não tinham que se tornar judeus ou viver como judeus necessariamente. Os crentes seguidores de Yeshua não judeus foram aceitos nas comunidades judaicas nazarenas e havia paz entre ambos os grupos.
Obviamente sempre existem problemas e queixas, onde há gente, há dificuldades, mas doutrinalmente e socialmente não havia separação. Quando os judeus são perseguidos por Roma, os crentes em Yeshua, não judeus, foram perseguidos por Roma.

Dr. King: Porque Roma pensava que tinham se tornado judeus.

Dr. Abraham: Correto. Então, para evitar a perseguição romana, os crentes em Yeshua não judeus, tentam demonstrar às autoridades imperiais, que eles não são judeus nem têm ligação com o Judaísmo. Para provar isto, mudam seu culto, seu dia de adoração passa do sétimo (Shabat) para o primeiro (Domingo), ordenado por Roma, mudam as festas bíblicas e as substituem pelas festas religiosas pagãs do império, mas agora cristianizadas e desta maneira, o cristianismo distancia suas tendas de Jerusalém e as levanta cada vez mais perto de Roma. O apoio cristão posterior ao império e a cristianização oficial do mesmo, como expliquei antes, culminam esse processo até a primeira metade do século quadro da era atual.

Entretanto, dentro do próprio cristianismo, havia diferentes perspectivas, diferentes posições, divisões, rivalidades etc. Um dos lideres cristãos do século segundo, chamado Marción, filósofo grego e expert em religião do estado romano para a época, filho de um líder cristão reconhecido, se muda para Roma e estabelece uma escola de pensamento cristão com idéias helenistas e filosóficas, especialmente de corte gnóstico.

Marción, foi o primeiro homem que se atreveu a chamar a Bíblia hebraica (o Tanach, que contem os 5 livros da Lei dada por D-us à seu povo, através de Moisés, Profetas e Escritos) "o Antigo Testamento". O chamou Antigo Testamento porque pensava que seu conteúdo já não tinha aplicação para os crentes em Jesus (Yeshua, o Messias), e que havia sido substituído pelo Novo Testamento. Disse que era um livro antigo e que pertencia somente aos judeus e que carecia de valor para os cristãos. Marción ensinou que no Antigo Testamento (O Tanach) não havia graça e que a graça aparece pela primeira vez no Novo Testamento (Código Real). A divisão que hoje temos em nossas Bíblias do Tanach e Código Real, mal conhecido como Antigo e Novo Testamento existe por causa deste homem, Marción.

Segundo seus ensinamentos, o D-us do “Antigo Testamento” era um D-us de juízo e condenação, mas o D-us do “Novo Testamento” é um D-us de graça e amor. Ainda que alguns líderes da Igreja Católica declarem Marción um herege, a rejeição das Escrituras que ele difundiu criou raiz e prosperou escabrosamente.

Este homem chamado Marción, deu uma lista dos livros que ele considerava que deveriam ser recebidos pelos cristãos como autênticos. E essa lista dada por Marción para seu movimento, o “Marcionismo”, criou uma revolução dentro do movimento cristão.

Dr. King: E que livros ou documentos estavam nesta lista de Marción?

Dr. Avraham: Ainda não existia o chamado Novo Testamento. Existiam cópias de cartas e de evangelhos que circulavam entre as comunidades e algumas eram muito conhecidas por todo o mundo. Mas não havia algo como “Novo Testamento”. Quando Marción publica sua lista, inclui 10 cartas de Paulo e o evangelho de Lucas, o companheiro e estudante de Paulo. Isto criou um cisma no cristianismo, como era de se esperar e ele fez com que os líderes cristãos se unissem para decidir o que fazer com Marción. Excomungaram Marción, o declararam herege, o circularam entre as comunidades e deram a conhecer uma lista de livros que todos os cristãos podiam ter como confiáveis. Havia muitos documentos circulando e cópias de documentos. Em total apareceram uns 5,000 manuscritos, em grego, destes escritos. Como podemos imaginar, selecionar entre 5,000 manuscritos, alguns dos quais somente contêm umas linhas, é uma tarefa muito difícil. Além do mais, existem citações antigas de ensinamentos e expressões de Yeshua que não aparecem sequer nos manuscritos gregos, e isso indica que houve outra fonte antiga, possivelmente hebraica, da qual se traduziu ao grego.

Dr. King: Em que idioma falou Yeshua?

Dr. Avraham: Seguramente não dava seus discursos e ensinamentos em grego nem em latin. Antes acreditávamos que o aramaico era a língua materna entre os judeus em Israel, agora sabemos pela arqueologia e os descobrimentos dos rolos do mar morto que era o hebraico, mesmo havendo expressões aramaicas, incluso gregas que foram adotadas na linguagem cotidiana. Portanto, podemos ter quase certeza que Yeshua falou em hebraico, logo seus ensinamentos se traduziram para outras línguas, através do grego, a linguagem internacional daqueles dias.

Dr. King: Realmente estou me deleitando com toda esta informação e espero que nosso auditório também. Entretanto, há um assunto crucial nisso tudo. O Sr. é judeu e crente em Yeshua, como o Sr. disse, como o Messias prometido a Israel. Certo?

Dr. Avraham: Certo.

Dr. King: Em um programa prévio tivemos aqui dois bons amigos, o Dr. Piodoche e o Dr. Martín, católico e protestante, respectivamente. E foi debatido o assunto de quem tem a autoridade para determinar o conteúdo da fé cristã e, sobretudo quem tem a autoridade para estabelecer quais livros devem ser considerados inspirados e quais livros não, ao que se refere à Bíblia, mas especialmente o Novo Testamento. O Dr. Piodoche afirmava que somente a Igreja Católica tem essa autoridade. Mas o Dr. Martín, afirmava que a Bíblia em si é sua própria autoridade. Em resposta, o Dr. Piodoche estabeleceu que se não fosse pela Igreja Católica, os protestantes e evangélicos não teriam Novo Testamento e que, portanto, eles deviam gratidão e sujeição à Igreja Católica, porque somente ela tem demonstrado historicamente, ser a receptora da revelação de Jesus como o Messias e do Novo Testamento como escritura inspirada e válida para todos os cristãos.

Dr. King: Vocês, os judeus crentes em Jesus como o Messias, quero dizer, Yeshua, estão sujeitos também à autoridade da Igreja Católica ao que se refere a ela ser a receptora da revelação do Novo Testamento e quem tem definido os livros que devem fazer parte do mesmo? Dr. Avraham, queremos escutar sua resposta.

Dr. Avraham: Para responder esta pergunta, usarei dois argumentos:

Primeiro, o argumento interno do próprio Novo Testamento. Segundo, o argumento histórico. Vamos ao primeiro, o argumento que encontramos no próprio Novo Testamento.

Primeiro: 1 Timóteo 3:16 afirma: “Toda a Escritura é inspirada por D-us…” Quem escreve isto? Um católico ou um judeu? Um judeu. Portanto, é um judeu quem está dando testemunho e dizendo que “Toda a Escritura é inspirada por D-us”.

Segundo: Quando diz “toda a Escritura”, a que se referia? Ao Novo Testamento ou à Bíblia Hebraica? Não ao Novo Testamento, não existia algo como o Novo Testamento. Portanto, é a Bíblia Hebraica.
Assim, o próprio testemunho do documento que a Igreja Católica chamou Novo Testamento, afirma que a Escritura Inspirada é a Bíblia Hebraica, portanto, o Novo Testamento fica de fora desta declaração porque não existia, o único que existia era a Bíblia Hebraica: A Lei de D-us dada por meio de Moisés, os Profetas e os Salmos (Tanach).

Dr. King: Então o Sr. não considera o Novo Testamento como inspirado?

Dr. Avraham: Não disse isso. Eu disse que no momento em que Paulo afirma que “toda a Escritura é inspirada por D-us”, ele não tinha em mente algo como Novo Testamento, porque não existia o Novo Testamento. Somente existia a Bíblia Hebraica. Em outras palavras, quando Paulo visitava as comunidades judaicas do primeiro século, não ia levando consigo o evangelho de Mateus, o de Marcos, o de João u a Carta de Pedro, nem o Apocalipse. Essas escrituras vieram depois, se formaram depois. Historicamente então, historicamente falando, a Escritura Inspirada que Pablo falou foi a Bíblia Hebraica (A Torá ou Lei dada por D-us através de Moisés, Os Profetas, Salmos).

E tem mais, no Novo Testamento, em Romanos 3:1,2 diz o seguinte: “Que vantagem tem o judeu? De que se aproveita a circuncisão? Muito, em todo sentido; primeiramente, porque lhe foi confiada a Torá de D-us, ou seja, a Lei de D-us, as Sagradas Escrituras”. Como é evidente, o que o próprio Novo Testamento afirma é que tudo o que seja palavra inspirada de D-us, lhe foi confiada… à quem? À circuncisão, isto é, ao povo judeu. Então são os judeus os receptores e guardiões e protetores da Palavra de D-us. Qualquer que afirme que este ou aquele livro é palavra de D-us, deve saber que são os judeus os receptores de tudo o que seja Palavra de D-us por decreto divino.

Dr. King: Bem, tento acompanhar o raciocínio. O Sr. afirma que o próprio testemunho do Novo Testamento, é quem define quem tem a autoridade em relação às Escrituras.

Dr. Avraham: Correto. E se alguém perguntar: Onde estava a Igreja Católica quando Rav Shaul, um judeu, escreve um testemunho como este? Se a Igreja Católica requer autoridade com base em sua historia, onde estava ela quando Paulo disse isto? Mas tenho mais uma evidência. Em Romanos 9: 4,5 está documentado: “Que são israelitas, a quem pertence à adoção, a glória, os pactos, a promulgação da lei divina com suas ordenanças de serviço e as promessas; de quem são os patriarcas e dos quais, biologicamente, veio o Messias…” De novo Rav Shaul fala da paternidade da revelação e afirma que é o povo judeu quem o Eterno escolheu como depositário da adoção, da glória, dos pactos e da promulgação da lei divina…”. Dr. King, diante desta evidência, a pergunta que temos que fazer é: Foi a Igreja a quem D-us escolheu ou foi a Israel? Quem é a receptora da revelação, dos pactos, das promessas, das Escrituras, a Igreja Católica ou Israel? A resposta é: não é a Igreja Católica, e sim Israel.

Dr. King: Isto soa muito lógico. Não?

Dr. Avraham: Mas ainda tem algo mais: Se isto que diz Paulo está certo que D-us confiou aos judeus as Escrituras, os pactos e a promessa, então tudo o que seja Escritura, pertence ao povo judeu. Em outras palavras, se os escritos do Novo Testamento são palavra de D-us inspirados como a Torá e os Profetas, então pertencem à comunidade de Israel, não à Igreja, porque já foi provado pelo próprio Novo Testamento, que Israel é o depositário, não a Igreja. E se pertencem à Igreja, então não é palavra inspirada de D-us como a Torá, porque já vimos que tudo o que é palavra inspirada de D-us, pertence a Israel, o receptor da revelação. E se muda o receptor, se destrói a revelação. Não devemos esquecer disto.

Dr. King: Estou tentando entender seu argumento. Poderia explicar um pouco mais?

Dr. Avraham: Claro. Veja, em Efésios 2:20, Paulo diz: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo a pedra principal angular, o mesmo Yeshua HaMashíach”. O contexto demonstra que Rav Shaul (Paulo) está falando para crentes de origem judaica que haviam feito sua conversão oficial ao D-us de Israel como o único D-us verdadeiro, que haviam abandonado seus ídolos e costumes pagãos e se esconderam debaixo das asas da Shechinah (Presencia Divina). Onde cabem? Onde estão localizados? Num edifício que tem um fundamento. Qual é o fundamento? Os apóstolos e profetas sendo Yeshua como Messias, a pedra principal angular. Consequentemente o que suporta todo o edifício é seu fundamento, ou seja, os ensinamentos dos apóstolos e profetas que estiveram com Mashíach, todos os quais foram judeus.

Conseqüentemente, a autoridade dos escritos que formam esta coleção conhecida inapropriadamente como “Novo Testamento”, não vem por outra via além do seu fundamento que sustenta todo o edifício. Sem este fundamento, não há edifício. E o fundamento é judaico, não cristão. A autoridade então, dos escritos agrupados no Código Real, chamado Novo Testamento vem pelo seu autor e não pelo seu destinatário.

Dr. King: Creio que esse é um pensamento que o Sr. deveria repetir, que a autoridade vem pelo autor e não pelo destinatário. Que quer dizer com isso?

Dr. Avraham: Se a Igreja Católica ou Protestante debatem se este sim ou este não, é um problema deles. Para nós, os judeus, se o autor é judeu, debaixo da autoridade de Yeshua ou sob a autoridade direta de um discípulo íntimo de Yeshua, seus escritos têm validade para nós, valor espiritual e legal importante e, portanto, o recebemos e o amamos. Agora temos 27, mas amanha podem ser 29, tudo depende do que o Eterno tenha nos reservado para o futuro. Que coincida com a lista aceita pela Igreja não nos afeta absolutamente em nada em termos de autoridade, como tampouco se coincide com a lista do incorretamente chamado, Antigo Testamento.

Portanto, a grande pergunta que temos que fazer a Igreja Católica é a seguinte: Vocês aceitam os escritos judeus que foram enviados às comunidades judaicas e conversas do primeiro século para lhes instruir acerca de como devem viver dentro da família de Israel? Se os aceitam, se beneficiam. Se não os aceitam, se prejudicam. Mas a autoridade vem por quem faz a pergunta, não por quem a responde. Este é o argumento que se desprende diretamente do próprio Código Real. Pero mencionamos outro argumento, o que vem de a historia, o argumento histórico que vem dado em dos aspectos do mesmo assunto.

Dr. King: Que significa argumento histórico, que existem evidências históricas que provam o contrário?

Dr. Avraham: Em certo sentido. Mas quero dizer, especificamente, que vem da própria história. Por exemplo: onde estava a Igreja Católica quando os judeus crentes em Yeshua andavam com ele e receberam de sua boca seus ditos e ensinamentos que foram logo, segundo foi necessário, preservados em forma escrita? A resposta é muito simples: Em nenhum lugar, não havia Igreja Católica nos dias de Yeshua. Havia somente uma comunidade: Israel, o povo escolhido, receptor da revelação, responsável de velar e cuidar da herança da eleição e redenção do mundo. Por exemplo, a Igreja Católica afirma que quando através da cabeça, o papa, fala de assuntos de fé e moralidade, ela, como receptora das chaves do Reino não mente nem erra, porque é assistida pelo próprio Espírito de D-us, pelo qual as palavras ex cátedra do bispo de Roma, são infalíveis e sem erros. Afirma-se que esta assistência divina é o que faz com que a Igreja não erre em suas decisões, porque todas vêm diretamente do Céu que deu a ela a autoridade para determinar o que está permitido e o que não está permitido, que se pode crer e o que não se pode crer.

Dr. King: Em outras palavras, a voz ex cátedra do papa, é a voz mesma de D-us, inspirado, sem erros, normativo e obrigatório para todos os cristãos e isto é precisamente o que a autoriza para determinar o Índice da Bíblia e do Novo Testamento. Certo?

Dr. Avraham: A pergunta que temos que fazer a Roma é esta: onde estavas tu quando Yeshua apresentava as oferendas no Templo junto a seus pais em Yom Kipur? Onde estavas tu, quando Yeshua comia o cordeiro pascal cada 15 de Aviv com seus pais e irmãos em Jerusalém? Onde estavas tu quando Yeshua estava no Átrio do Templo e quando entrava na Sinagoga cada Shabat para escutar a leitura da Torá e dos Profetas? Onde estavas tu quando Yeshua santificava Shavuot e Chanucá em Jerusalém? Onde está tua “Lista de Conteúdo” desta folha de serviço do nosso Adón Yeshua HaMashíach? Se foi a Igreja a receptora da revelação, onde estava ela para receber nestes dias?

Dr. King: Mesmo assim, foi a Igreja Católica quem fez o Índice do chamado Novo Testamento. Isso não mostra sua autoridade?

Dr. Avraham: Quem colocou o índice ou lista de conteúdos bíblicos, não o fez por sua própria autoridade, mas pela autoridade que está por trás, o testemunho judeu fundamentado na eleição divina e os decretos do Altíssimo. Porque somente se quem escreveu é judeu ou um discípulo direto ou sob a supervisão de um judeu íntimo do Maestro, é válido. Em outras palavras, a Igreja Católica não fez outra coisa além de aceitar que o testemunho judeu vindo dos judeus é confiável. Mas o que torne esses escritos confiáveis não é o testemunho da Igreja, e sim a credibilidade do escritor. E os escritores são judeus, ou por nascimento ou por eleição. Yeshua disse: “A salvação vem dos judeus” (João 4:22). O Eterno fez seu Filho nascer dentro do povo judeu.

Dr. King: Então o Sr. diz que a autoridade não está na Igreja.

Dr. Avraham: A autoridade de um livro da Escritura não depende de nenhum homem ou instituição, depende de seu próprio valor procedente da Torá, de Israel e da autoridade de nosso Adón Yeshua e seus emissários íntimos. Se não vem de um emissário íntimo, que por sua vez vem do Mashíach que por sua vez vem da Escritura, sabemos que não é inspirado por D-us.

Dr. King: E isto aplica ao restante da Bíblia também?

Dr. Avraham: Também. Se não vem por um profeta o um discípulo íntimo de um profeta, que por sua vez vem da Torá dada por D-us a Moisés, sabemos que não é inspirado por D-us. Pode ser um bom livro, magnífico, válido para certas coisas, mas não para fazer parte disso que nosso Adón, Yeshua HaMashíach chamou: “A Torá, os Profetas e os Salmos”.

Dr. King: O que o Sr. está dizendo então é que somente se o livro em questão segue esta linha, é confiável.

Dr. Avraham: Correto, e que assim o possamos aceitar e receber. E nesse processo, a Igreja Católica ou Protestante não é depositária nem receptora, somente beneficiária, como o restante da humanidade. A depositária da revelação é Israel e, portanto, recai sobre os judeus a responsabilidade de ensiná-la ao mundo. Este não é o caso de um cristão, por exemplo, porque tudo o que um cristão conhece de sua fé vem do próprio Novo Testamento e, portanto, não tem nenhum elemento externo para verificar se seu conteúdo é válido ou inválido.

Dr. King: O que o Sr. insinua é que a única opção de um cristão é confiar na autoridade que a Igreja diz ter, para selecionar quais livros são e quais livros não são.

Dr. Avraham: Correto. Queria detalhar isto, se me permite: Mesmo que um livro seja escrito sem erros, não é suficiente para determinar sua inspiração e infalibilidade divinas. Portanto, o cristão, protestante ou evangélico não tem outra opção além de confiar na Igreja Católica nisto, ainda que inconsistentemente, é claro, rejeite seus ensinamentos, dogmas e doutrinas cristãs.

Dr. King: Isto não se aplica ao judeu também?

Dr. Avraham: Absolutamente não, por uma simples razão: os judeus têm a Torá, têm a palavra profética mais segura e tudo o que seja incompatível com a Torá, não vem de D-us e não podemos receber como inspirado por D-us. E neste sentido, somente D-us tem a autoridade e somente o Eterno conhece com absoluta certeza quais livros são inspirados divinamente e quais não e esta decisão ele decidiu comunicar à comunidade de Israel, não a uma pessoa em particular. Fora de Israel, nem o bispo de Roma, nem os concílios cristãos, nem o de Nicéia nem o de Trento nem o Vaticano Segundo, nem os que venham, tem autoridade para determinar o que é inspirado e que não o é.

Dr. King: Há algum critério então pelo qual vocês determinam a legitimidade de algum escrito religioso?

Dr. Avraham: Temos três critérios fundamentais.

Seu autor foi um judeu discípulo de Yeshua o Messias sob sua autoridade? Se a resposta é positiva, o livro em questão vai se tornando qualificado.

É compatível com os Profetas? Se a resposta é positiva, o livro em questão segue se qualificando.

É compatível com a Torá? Se a resposta é positiva, o livro em questão pode então ser aceito, porque somente dos Profetas e da Torá sabemos com certeza que D-us é o autor.

Se faltar um destes três princípios básicos, não qualificam. Consequentemente, como judeus crentes em Yeshua como o Profeta anunciado por Moisés (Deuteronômio 18:15), isto é, o Mélech HaMashíach (O Rei Messias). Quando temos em nossas mãos estes escritos conhecidos como Novo Testamento, não estamos recebendo seu Índice da Igreja Católica, e sim de seu conteúdo hebraico que é o fundamento de sua validade como a Torá oral de nosso Mestre, Yeshua HaMashíach para que saibamos como devemos cumprir a Torá e aplica-la em nossas comunidades, famílias e vidas pessoais, no caso do judeu.

Dr. King: E se a pessoa não é judia?

Dr. Avraham: Se a pessoa não é judia, estes livros tem a intenção de mostrar como deve viver um convertido sincero (Romanos 11:17) dentro da comunidade de Israel e retendo o testemunho de Yeshua como Mashíach. Não se eu “sinto que o livro fala comigo”, não é se “me faz bem quando estou com problemas” o que determina a inspiração de um livro. Porque se for assim, o Alcorão também seria inspirado pelo que os muçulmanos falam do alivio espiritual que sentem quando o lêem. O que determina a validade vem do simples dito: é compatível com a Torá? Sim ou não? O Alcorão é compatível com a Torá? Não. Portanto, não vem do D-us de Israel. Esta é a medida para avaliar nossos livros e nossa verdade. Eu não creio em D-us porque a Igreja Católica o disse, creio em D-us porque se revelou pessoalmente a meu povo no Sinai e nos deu Sua Torá e nosso povo tem mantido sempre o testemunho desta revelação. Da mesma maneira, o Novo Testamento. Não é assunto da Igreja, é assunto do nosso povo, de nossos profetas, do nosso Adón Yeshua, o Messias judeu que nos foi prometido na Torá. Se o testemunho que recebo está em harmonia com a Torá e é compatível com a Torá, então é válido e o aceito. Mas sua validade vem de sua fonte, de sua raiz e esta raiz é hebréia, não católica; judia, não protestante.

Dr. King: E o Código DaVinci? Não revela de alguma maneira coisas escondidas pela Igreja Católica que não deseja sob nenhum conceito que nossa geração saiba, especialmente diante a possibilidade de conhecer, por exemplo, que Jesus foi casado, que teve filhos e outras coisas jamais ditas pela Igreja? Há algo que está escondido aqui?

Dr. Avraham: Certamente, por muitos séculos a Igreja tem tratado de ocultar grandes verdades. Tem ocorrido muita investigação histórica e bíblica em relação ao Vaticano que demonstram as suspeitas de muitos, especialmente de aqueles que não tem interesses religiosos, econômicos e políticos relacionados com Roma. Mas o Código DaVinci é ciência ficção… até agora. Creio que a ordem dos Jesuítas formada por Ignácio de Loyola no século 16, representa uma maior atração histórica que Isaac Newton e Leonardo DaVinci.

Dr. King: O Sr. crê nestas mensagens ocultas nesses famosos quadros e paredes em certas catedrais antigas?

Dr. Avraham: Não estão demonstrados, é ciência ficção. Mas a mensagem abre uma porta para a correta investigação histórica, juntamente com a publicação do Evangelho segundo Judas.

Dr. King: E qual é a melhor maneira de entender corretamente as palavras de Jesus e do Novo Testamento em sentido geral?

Dr. Avraham: Através do Código Real, a Versão Textual Hebraica do chamado Novo Testamento, feita através do resultado de investigação arqueológica, histórica, lingüística e exegética judaica, seguindo os princípios de interpretação bíblica do Judaísmo e dando ênfase, como se deve ser, ao hebraico da mensagem de Yeshua e de seus Emissários.


Dr. King: O que significa Código Real? Algo como o Código DaVinci?

Dr. Avraham: Nada a ver. O Código Real, a Versão Textual Hebraica do chamado Novo Testamento surge sem ter nada a ver com a novela de Dan Brown. Chama-se “Código” porque está escrito em diferentes níveis de interpretação, típico do Judaísmo. E “Real” porque está relacionado com a realeza de Israel, isto é, a Casa de David. Pero não tem relação alguma.

Dr. King: Pode, de alguma maneira o Código Real, ser uma versão que freie o impacto secular que poderia causar o filme anunciado sobre o Código DaVinci?

Dr. Avraham: Sem dúvida, se alguém deseja conhecer a verdade, a verdade histórica e científica dos ditos e ensinamentos de Yeshua, o melhor que pode fazer é adquirir uma versão do Código Real e ler com a mente e coração abertos, sem prejulgamentos teológicos. Porque aqui se apresenta uma perspectiva correta das palavras de Yeshua e seus emissários, isto é, a perspectiva hebraica, a única válida para estudar um documento judaico do primeiro século.

Dr. King: E onde se pode adquirir?

Dr. Abraham: Visitando a página www.codigoreal.com ou www.amazon.com e buscando por Código Real. Ou em sua livraria favorita.

Dr. King: Dr. Avraham, obrigado por estar conosco. Sem dúvida aprendemos muitas coisas interessantes. Gostaria de fazer outra entrevista, se o Sr. aceitar é claro.

Dr. Avraham: O prazer foi meu. Espero que não somente o Sr., mas todos os que assistiram a este programa, também aprendam, todos vivemos aprendendo, e devemos continuar toda vida aprendendo. A informação correta nos livra da morte, se agimos em conseqüência com a verdade. Para mim será uma honra estar de novo em seu programa. Estamos a suas ordens.

Dr. King: Senhores, o tempo está esgotado. Foi um prazer conversar com um judeu crente em Yeshua como Messias e ouvir dizer que a autoridade não está nem no Protestantismo nem no Catolicismo, e sim em Israel. Que o próprio D-us, por decreto celestial, preparou e confiou à Israel tudo o que seja Sua Palavra. Entendi bem Dr. Avraham?

Dr. Avraham: Creio que você é um bom aluno. Obrigado.

Fonte: http://www.yeshuachai.org/autoridade2.htm
Postado por: Daniela Porchat Schlabitz
Vice-Presidente / Brasil
The 24 Hours World Prayer Command Center for the Peace of Israel
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http://clamepelanoiva.blogspot.com/
http://www.prayforthepeaceofisrael.org/

daniela4israel@yahoo.com.br

quarta-feira, 21 de abril de 2010

The Brink Of Disaster - Papua New Guinea



Um povo abandonado, doente, faminto, morrendo de Aids/hiv, por conta de suas práticas sexuais sem prevenção, prática de abusos sexuais como coisa comum, Por exemplo idosos com 2 esposas em casa , tem o direito de cercar meninas de 13 aninhos na saída das escolas e tomá-las por mulher/"esposa". Além de ritos de passagem para meninos em algumas tribos que também envolvem abuso sexual.
Isto faz meu coração arder e minha alma agoniar...
milhares de pessoas criadas e amadas por Deus, caminhando a passos largos para um inferno REAL e ETERNO.
Remanescentes/igreja, socorra Papua Nova Guiné (oceania).
Me socorram. Socorram o Coração do Pai!

July 2 - August 10 USD$4,440
• Me enviem para Papua, com todo seu Amor, todo seu Clamor, todas suas Forças e com tudo que tiverem à mão.
Obrigada por tudo.
daniporchat@yahoo.com.br
daniela4israel@yahoo.com.br
(51)9196-9711

terça-feira, 20 de abril de 2010

Missões: Papua Nova Guiné

População indigena. Centenas de dialetos diferentes, nos quais não exixtem nem porções Bíblicas, um povo parado no tempo. Onde há muita morte por credos sem nexo, muitas mortes por falta de cuidados , medicamentos, informação. Meu coração pulsa por povos abandonados, principalmente pela nação de Papua Nova Guiné(OCEANIA) e tb pelo povo Fula na zona do Sahel(Continente Africano).

Interface Mission Trips
Papua New Guinea
 
Your destination will be the highlands of Papua New Guinea for an international, college-level missions course.
Experience what it takes to do tribal church planting as you learn from missionaries on the field.
 
Then put yourself to the test with daily interaction among tribal people from neighboring villages.
 
Interface is for college students, married couples, pastors, or those eager to know more about missions. The minimum age is 17. Apply now!
 
Interface alumni -- join the hospitality team and serve students and staff on the Interface campus. Call for details.
 
Trip Cost covers travel from Los Angeles to Papua New Guinea, housing, meals and course curriculum. Travel to and from Los Angeles is additional. Prices are approximate, subject to change and are in US dollars.
◦ May 23 - June 29 USD$4,290
◦ July 2 - August 10 USD$4,440
• Me enviem para Papua, com todo seu Amor, todo seu Clamor, todas suas Forças e com tudo que tiverem à mão.
Obrigada por tudo.
daniporchat@yahoo.com.br
daniela4israel@yahoo.com.br
(51)9196-9711

Assim como Eva, nascemos da lateral dos Judeus(nosso nascimento só foi possível após Deus retirar alguns ramos da "lateral"da Oliveira Verdadeira) !

Assim como Deus retirou uma costela de Adão , para lhe dar uma Ajudadora idônea, também retirou alguns ramos de Israel, para lhe criar uma Ajudadora/ companheira idônea, isto é, nós os gentios que Confiamos firmemente em Jesus como nosso Messias judeu, formando assim, Sua Noiva completa com a qual ELE anseia se Casar.
Fomos enxertados para sermos ajudadores do Senhor para Israel, companheiros de verdade.
A SUA COMPLETUDE !

Evangelho da Prosperidade: é isso o sal da terra?



John Piper

""O profeta não é somente aquele que vê o futuro, mas com a sua vida, o antecipa". Leon Tolstói.

Unindo-nos à Ele no Caminho de Cruz; abrindo mão da Disneylândia.

Evangelho Verdadeiro: Precisamos nos sentir perdidos, para buscar Salvação







sábado, 10 de abril de 2010

Discernindo os tempos e seguindo a visão de Deus-Vivemos um momento histórico onde precisamos de “filhos de Issacar” em nosso meio

O abismo que hoje separa aquilo que cremos daquilo que fazemos não tem raíz no Cristianismo bíblico.

Os filhos de Issacar e nosso novo Milênio
Discernindo os tempos e seguindo a visão de Deus


Há um provérbio Gonja, tribo no oeste africano, o qual diz que “os cachorros de ontem não conseguem caçar os coelhos de hoje” mostrando que novos problemas demandam novas abordagens e concluindo simplesmente que os coelhos de hoje são mais espertos do que os de ontem.

Em 1 Cronicas 12 encontramos Davi prestes a ser coroado Rei em Hebrom “segundo a palavra do Senhor”. A partir do verso 24 lemos uma longa lista de clãs e famílias que subiram para a peleja em cumprimento da visão de Deus entretanto no verso 32 quando falava-se sobre “os filhos de Issacar” o Espírito Santo decidiu imprimir ali duas expressões de impacto sobre aquele clã quando afirmou que:

“Dos filhos de Issacar, conhecedores da época, para saberem o que Israel devia fazer, duzentos chefes, e todos os seus irmãos sob suas ordens”.

A expressão “conhecedores da época” pode ser literalmente traduzida por “estudiosos dos fatos” ou ainda “conhecedores da história e suas implicações”. O texto portanto fala sobre homens que eram informados, atualizados, que possuíam percepção do que acontecia ao seu redor.

A Segunda expressão de impacto sobre estes “filhos de Issacar” é justamente “...para saberem o que Israel devia fazer”, ou seja, com “discernimento” sobre que caminho tomar.

Todas as famílias e clãs ali listados caminhavam juntos com o alvo de coroar a Davi entretanto havia entre eles homens que iam além da dinâmica da massa: que estudavam a história, que discutiam sobre as implicações dos fatos, que se atualizavam a cada dia, que provavam cada informação e buscavam discernimento do Alto sobre o que fazer. Eles eram estudiosos entretanto também piedosos; acadêmicos, mas orientados pelo Espírito; usavam o intelecto mas queriam ouvir a voz de Deus.

Nesta virada de milênio a Igreja é confrontada pelo pós modernismo que cultua os resultados e despreza os valores tentando ensinar nossos pastores que “importa crescer – não importa como”; somos desafiados pela filosofia da intolerância social na Igreja que leva-nos a crer que temos sempre mais diferenças do que pontos em comum com o outro grupo o qual, paradoxalmente, segue ao mesmo Senhor que servimos e estará conosco na eternidade; somos ensinados que “o novo é sempre melhor” desencadeando uma corrida pelos ventos de novidades e doutrinas mesmo sabendo que o evangelho é antigo, os profetas viveram na antiquidade e a própria Igreja neotestamentária já conta com 2.000 anos de história.

Vivemos um momento histórico onde precisamos de “filhos de Issacar” em nosso meio. Homens que olhem além do horizonte, que estudem a época e a história ao mesmo tempo em que se submetam a Deus, que usem ao máximo o raciocício e conhecimento acumulados em nossa teologia mas também busquem ao Senhor com toda a força de suas almas; que vivam no século 21 com sua nova tecnologia e comunicação disponíveis mas não abram mão daquele momento em que o Espírito diz “este é o caminho, andai por ele”.

Tendo isto em mente olhemos para a nossa corrente história e vejamos alguns pontos de tensão em nosso Cristianismo na era pós moderna sobre os quais precisamos clamar por discernimento dos céus.

1. A carnal tendência humana de esquecer que Deus é maior do que nós

“Glorificar a Deus” ao longo dos séculos passou a ser mais uma expressão cristã do que uma prática de vida. Lembro-me que, após expor Romanos 16 para um grupo de líderes evangélicos em uma aldeia africana, um deles concluiu: “sim, então podemos dizer que glorificar a Deus é reconhecer que Ele é maior do que nós”. Creio que haviam entendido boa parte da mensagem.

Hoje tendemos a esquecer que Deus é maior do que o homem, que a glória de Deus importa mais do que a nossa glória, que o Senhor é soberano e nós dependentes da Sua graça.

Alguns teólogos do século 19 olhavam para a vida de Jesus e pensavam: Ele fracassou.
Olhem bem para os seus discípulos, seus amigos do peito. Ele não foi capaz de evitar-lhes a dor, a perseguição ou o sofrimento. Nem mesmo para os 12, os mais chegados. Passaram por açoites, foram perseguidos e traídos. Caíram enfermos e alguns foram martirizados. George Strauss, no fim do século 19, zombava dizendo: “Ele não tinha poder. Seus amigos morreram sós, traídos e em sofrimento. Morreram sem glória”. Strauss, apesar de irônico, liberal e distante da verdade, acertava em sua última afirmação: “Morreram sem glória”. Mas morreram para a glória de Deus.

A primeira Missão da Igreja não é proclamar o evangelho, não é se expandir nem mesmo conquistar a mídia ou impactar a sociedade. A primeira Missão da Igreja é morrer. Perder os valores da carne e ser revestida com os valores de Deus. É se “desglorificar” para glorificar ao seu Deus.

Quando perguntaram a George Müller sobre o segredo do seu sucesso ministerial, a sua resposta imediata foi: “O segredo de George Müller é que George Müller morreu já há alguns anos atrás”. É preciso reafirmar nesta virada de milênio o motivo da nossa existência: a glória de Jesus, Senhor da Igreja.

É tempo de reconhecer que Deus é maior do que nós.

2. O desenvolvimento de uma personalidade não funcional na Igreja de Cristo

Cirenius, teólogo bizantino, afirmou que “a Igreja sofrera a tentação de desenvolver a sua personalidade e perder a sua finalidade. À imagem do primeiro homem, a Igreja também peca quando esquece o porquê está aqui e imagina ser suficiente apenas o existir. Torna-se assim tal qual uma linda rosa vermelha... a qual nasce, cresce, murcha e morre em um campo distante sem por ninguém ser vista, sem a nenhum olhar dar prazer”.

A carta à Igreja de Laodicéia no capítulo 3 de Apocalipse mostra-nos com realismo uma cobrança de funcionalidade. O texto fala sobre a possibilidade de uma Igreja ser quente, fria ou morna e erroneamente tem sido visto ao longo de anos como uma simples apresentação de três diferentes níveis de espiritualidade. Se o analisarmos cuidadosamente, entretanto, veremos que o assunto tratado é a funcionalidade da Igreja, o que ela faz baseado em quem ela reconhece ser.

Esta carta começa afirmando “conheço as tuas obras” (3:15) onde a expressão ‘erga’ (obra) aponta para a vida normal da Igreja, não necessariamente as suas realizações. Creio que Jesus afirmava aqui o completo conhecimento – de grandes e pequenas coisas – que Ele possui sobre a comunidade dos santos.

“Que não és quente nem frio. Quem dera fosses quente ou frio...” é basicamente uma afirmação de desejo. O Senhor Jesus afirmando à Igreja em Laodicéia que desejava que fossem quentes ou frios. Não há indícios para crermos que fosse uma expressão de ironia mas sim um desejo sincero de vê-los tanto quentes quanto frios. Para entendermos esta afirmação precisamos lembrar que Laodicéia localizava-se entre duas grandes e conhecidas outras cidades na região. Hierápolis e Colossos.

Hierápolis era conhecida em toda a região por suas fontes de águas frias. Uma espécie de Oásis no verão para onde as multidões afluíam. Segundo o historiador T. Orgeon, à entrada da cidade havia uma inscrição com os dizeres: “Lugar de Refrigério”.

Colossos era ainda mais conhecida pelas suas fontes de águas quentes, sobre as quais dizia-se possuírem poderes medicinais e terapêuticos usadas por pessoas com problemas ósseos, reumáticos, respiratórios e tantos outros. Um lugar para cura e terapia do corpo.

Quando o Senhor afirmou à igreja: “que nem és quente nem frio” creio que a figura das águas quentes e frias de Colossos e Hierápolis fora usada e assim poderíamos parafrasear: Que nem possuis função de causar refrigério às vidas que os procuram como as águas frias de Hierápolis; como também perdestes a função terapêutica de alívio aos aflitos à semelhança das águas quentes de Colossos. Como sois mornos (e águas moras não possuem função) estou a ponto de vomitar-te da minha boca.

Vivenciamos hoje a atual tendência da errática cristã a qual tenta incluir-se nas bênçãos do evangelho e auto excluir-se de sua prática: a anti-bíblica vontade de ver a terra arada sem por as mãos no arado.

É tempo de trabalhar, enquanto é dia.

3. A procura por uma Igreja kerygmática mas também martírica

Há dois termos largamente usados no livro de Atos que retratam o caráter cristão: proclamação e testemunho. O termo grego para ‘proclamação’ é ‘Kerygma’: a forma estratégica e inteligível de comunicar a mensagem do evangelho. É a Igreja se preparando, estudando e analisando as possibilidades de comunicar o evangelho a um grupo, seja uma pessoa, família ou povo. Isto é Kerygma.

‘Martíria’ é o termo grego para ‘testemunho’ e sempre está ligado ao Kerygma. Entretanto ‘Martiria’ não é uma proclamação inteligível e estratégica como encontro de casais, acampamentos evangelisticos, evangelismo explosivo ou células familiares. Martiria é testemunho de vida, a personalidade transformada pelo Senhor. É domínio próprio em casa, ser justo com os empregados, ser brando no falar. É ser a imagem de Jesus.

A Igreja em Atos foi chamada para ser primeiramente Martírica – viver com fidelidade tudo aquilo que crê - e só então assumir uma postura Kerygmática.

Atos 1:1 inicia enfatizando “... o que Jesus começou a fazer e a ensinar...” onde ‘Erzato... poien’ (começou a fazer) é uma sentença também encontrada nas “Narrações de Vitórias” de Blass quando fala de um general grego o qual, tendo encerrado com impactante vitória uma campanha armada contra a cidade de Temas, envia um arauto à aldeia vizinha preanunciando que ela seria a próxima a ser conquistada. A força desta expressão (começou a fazer) mostra que a campanha continua, que a força é a mesma, que o cansaço não impede que tudo seja feito novamente e quem sabe ainda mais. Aponta para Jesus o qual, após nascer, viver, morrer e ressuscitar no Evangelho segundo Lucas, continua a agir em Atos com a mesma força e autoridade. É o Senhor presente que preanuncia: Eu continuo a fazer.

Entretanto a expressão ‘te kai’ (e) intermedia os verbos principais do versículo 1: “fazer e ensinar” e faz com que a posição destes dois termos não seja mudada. Ramsay crê que a posição dos verbos (fazer vindo antes de ensinar) é uma estrutura emítica onde o contrário seria danoso ao texto. Sendo assim podemos ver que Lucas estabelece um modelo ao redor da pessoa de Jesus mostrando que Ele primeiramente ‘fazia’ antes de ‘ensinar’, que sua vida precedia sua doutrina, que seu caráter homologava sua teologia. Lucas utiliza ‘didaskein” (ensinar) para introduzir a pessoa do ‘didaskalos’, (mestre) mostrando que o abismo que hoje separa aquilo que cremos daquilo que fazemos não tem raíz no Cristianismo bíblico. Precisamos viver de acordo com aquilo que crê o nosso coração.

É tempo de buscar uma Igreja kerygmática em sua missiologia e martírica em seu caráter.


Conclusão

Talvez o grande desafio da igreja de Cristo neste começo de milênio seja expressar uma vida compatível com a sua fé: a busca pelo Cristianismo genuíno e sincero ensinado por Jesus. Uma Igreja onde o líder cristão não domina o seu rebanho, antes o serve; onde o perseguido não odeia seu perseguidor, antes intercede por ele; onde o menor é o maior, morrer é um ganho, só se torna forte os que reconhecem a fraqueza, anda-se duas milhas com quem te obriga a andar uma, vira-se a outra face a quem te fere, não há apego a este mundo pois todos são peregrinos, a garantia é uma promessa e só se alcança a vida quem primeiro morre.

E para caminharmos nos passos de Jesus nestes novos tempos é preciso olhar para todos os lados, como filhos de Issacar, conhecendo as épocas e pedindo discernimento dos céus a fim de morrermos sem glória, para a glória de Deus.

Postado por: Daniela Porchat Schlabitz
Vice-Presidente / Brasil
The 24 Hours World Prayer Command Center for the Peace of Israel
http://www.prayforthepeaceofisrael.org/
daniela4israel@yahoo.com.br

Fonte: http://www.ronaldo.lidorio.com.br

terça-feira, 6 de abril de 2010

O FATOR ISSACAR

1 Cr 12:32 CIÊNCIA DOS TEMPOS. Consoante a sua suprema sabedoria, Deus tem um tempo determinado e um momento certo para todos os seus propósitos e para o cumprimento das suas promessas (cf. Ec 3:1). Percebemos essa verdade no âmbito da natureza e também no seu reino, onde há tempos preestabelecidos (Sl 102:13) e tempos de mudança (Is 43:18,19), da máxima importância no contínuo propósito redentor de Deus. (1) As Escrituras revelam repetidamente como o povo de Deus muitas vezes deixa de perceber o que Deus está fazendo ou está prestes a fazer.

Israel, como um todo, estava cego e ignorante quando Deus, na plenitude dos tempos, enviou seu Filho como o Messias que lhes fora prometido. Do mesmo modo, e com muita freqüência, a igreja não reconhece, nem discerne quando Deus está cumprindo um determinado aspecto do seu propósito. (2) As Escrituras mencionam de modo especial os filhos de Issacar, porque eles, dentre as doze tribos de Israel, compreendiam os tempos e discerniam o que Deus estava realizando, quando elevou Davi ao trono como seu ungido. Necessário é discernirmos os tempos e as estações para cooperarmos com Deus numa missão determinada, e acolher ou apoiar uma visão da parte de Deus, em tempos de mudança.

“O FATOR ISSACAR” deriva de I Crônicas 12.32, que menciona os filhos de Issacar (cerca de 200 pessoas, num exército de 340 mil) que 1“possuíam especial discernimento quanto aos tempos em que viviam e sabiam o que Israel devia fazer”. Esse grupo infinitesimal (menos de 1%) se destacou pela sua habilidade de sintetizar os fatos e propor estratégias adequadas ao exército de Israel.

Postagem: Daniela Porchat Schlabitz
Vice-Presidente / Brasil
The 24 Hours World Prayer Command Center for the Peace of Israel
http://www.prayforthepeaceofisrael.org/
daniela4israel@yahoo.com.br

FONTE:prgualterguedes.blogspot.com

segunda-feira, 5 de abril de 2010

“Não toqueis no ungido do Senhor”: desmascarando essa falsa doutrina

a doutrina do “não toqueis no ungido” nos dias de hoje. Por que ela não é válida?

Como visto, a unção a qual Davi se referia dizia respeito ao direito de reinar sobre Israel, não sobre possuir funções eclesiásticas. As funções de governo do Estado e eclesiásticas eram bem divididas naquele tempo, embora Israel fosse um Estado teocrático. Portanto, a não ser que algum líder de igreja seja também rei nomeado por Deus (olha eu dando idéia para novos títulos, que Deus me perdoe) em sua localidade, nenhum líder religioso atual se enquadra nesse quesito.

Sobre como devemos agir em relação ao líderes religiosos e qualquer cristão, a Bíblia é bastante clara:

“E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” - Atos 17.10-11


Chega desse engano do “não toqueis no ungido do Senhor”, engano esse que tem transformado a igreja em covil de salteadores. O rebanho tem que aprender a buscar na Palavra se o que seus líderes pregam é verdade ou não, tem que aprender a raciocionar, a analisar, a meditar dia e noite na Palavra, mas é isso mesmo que os lobos em pele de cordeiro não querem que aconteça, e por isso acorrentam suas ovelhas em falsas doutrinas que visam cegar e conformar o rebanho à sua própria vontade, não à de Deus. Deus nos enviou Cristo para que fôssemos libertos, mas onde há liberdade se nem ao menos podemos criticar um líder eclesiástico por seus falsos ensinos ou sua má conduta, com a desculpa que de o fulano é “ungido”? O Apóstolo (de verdade) Paulo era bem ungido, disso não há dúvidas, mas nem por isso ficou chateado ao ser confrontado pelo povo de Beréia em seus ensinamentos. Por que os apóstolos (?) e líderes dos dias de hoje ficam melindrados, e até amedrontam suas ovelhas com a promessa de inferno para o “pecado de rebeldia” que seria se levantar contra um “ungido” do Senhor?

Realmente, o que impediu Davi de se levantar contra Saul não foi o poder do Espírito Santo no antigo rei, pois este já o tinha deixado e Saul não passava de um endemoniado. Porém, mesmo endemoniado, Saul continuava sendo rei, e em razão desse título que Davi o poupou. Uma vez ungido rei, sempre rei. Deus tirou Saul do reinado, porém isso só se concretizou com sua morte, não havendo rebelião para que isso acontecesse e Davi tomasse o poder em seu lugar. A unção de rei permaneceu com
Saul por toda a sua vida, mas o Espírito de Deus não.

Leia na íntergra : http://estrangeira.wordpress.com/2010/01/10/nao-toqueis-no-ungido-do-senhor-desmascarando-essa-falsa-doutrina/

Na Marcha para Jesus 2009 em SP, houveram 2 marchas!

Assista, revolte-se e comente...

domingo, 4 de abril de 2010

Conspiração de Inácio: Origem do "Cristianismo"

INÁCIO DÁ UM NOME A SUA NOVA RELIGIÃO:
Tentando eliminar a verdadeira raiz...


Por James S. Trimm Traduzido por Sha'ul Bentsion

Muitos se enganam em pensar que Constantino foi o principal responsável pela corrupção e gentilização do Cristianismo. Apesar de Constantino ter certamente acrescentado e consolidado a apostasia do Cristianismo primitivo, ele não foi o primeiro. Foi na realidade Inácio de Antioquia que se rebelou contra o Concílio de Jerusalém, usurpou sua autoridade, segregou-se do Judaismo, declarou que a Torá havia sido abolida, substituiu o Shabat do sétimo dia pela adoração no domingo e fundou uma nova religião não- judaica, a qual ele chamou de "Cristianismo."
O ALERTA DE PAULO ACERCA DOS BISPOS
Paulo disse aos efésios em sua última visita a eles:
“Cuidai pois de suas almas e de todo o rebanho sobre o qual a Ruach HaKodesh vos constituiu supervisores, para apascentardes a Kehilá de Elohim, que Ele adquiriu com seu próprio sangue. Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não terão pena do rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para desviar os talmidim, para que os sigam.” (Atos 20:28-30)
Paulo parece indicar que após sua morte, líderes começariam a se levantar dentre os supervisores [bispos] em seu lugar, e levariam pessoas a os seguirem e a se afastarem da Torá. Na realidade, Paulo morreu em 66 DC e o primeiro supervisor (bispo) de Antioquia a tomar o cargo após a sua morte foi Inácio, em 98 DC. Inácio cumpriu com precisão as palavras de Paulo. Depois de tomar o cargo de bispo sobre Antioquia, Inácio enviou uma série de epístolas a outras congregações. Suas cartas aos efésios, magnésios, trálios, romanos, filadelfenos, e esmirneus, bem como sua carta pessoal a Policarpo, todas sobrevivem até hoje.
HEGÉSIPO RECONTA A APOSTASIA
O historiador e comentador nazareno antigo Hegésipo (cerca de 180DC) escreve acerca do tempo imediatamente após a morte de Shimon (Simão), o qual havia sucedido a Ya'akov HaTsadik (Tiago, o Justo) como Nassi (“Presidente”) do Sanhedrin Nazareno, e que morreu em 98 DC:
"Até aquele período (98 DC), a Assembléia havia permanecido como uma virgem pura e incorrompida: pois, se havia quaisquer pessoas dispostas a alterar a regra completa da proclamação da salvação, elas ainda vagavam em um lugar obscuro oculto ou outro. Mas, quando o bando sagrado de Emissários havia de várias formas findado suas vidas, e a geração dos homens havia sido confiado ouvir à Sabedoria inspirada com seus próprios ouvidos passou, então a confederação do erro da iniquidade tomou ascenção através da infidelidade dos falsos mestres que, vendo que nenhum dos emissários ainda sobrevivia, levantaram suas cabeças para se opor à proclamação da verdade, proclamando algo falsamente chamado de conhecimento." (Hegésipo, o Nazareno; c. 98 DC; citado por Eusébio em Hist. Ecl. 3:32)
Hegésipo indica que a apostasia começou no mesmo ano que Inácio se tornou bispo de Antioquia!
INÁCIO SEPARA-SE DO CONCÍLIO DE JERUSALÉM
Até o tempo de Inácio, qualquer disputa que surgisse em Antioquia por fim era levada ao Concílio de Jerusalém (tal como em Atos 14:26-15:2). Inácio usurpou a autoridade do Concílio de Jerusalém, declarando a si mesmo, o bispo local, como sendo a autoridade final sobre a assembléia que o havia feito bispo, e semelhantemente declarando isto ser verdade acerca de todos os outros bispos e suas assembléias locais. Inácio escreve:
"...sujeitando-se ao seu bispo... ...andem juntos conforme a vontade de D-us. Jesus... é enviado pela vontade do Pai; Assim como os bispos... são [enviados] pela vontade de Jesus Cristo."] (Carta de Inácio aos Ef. 1:9,11) "...seu bispo... penso que felizes são vocês que se unem a ele, assim como a igreja o é a Jesus Cristo e Jesus Cristo o é ao Pai... Vamos portanto cuidar para que não nos coloquemos contra o bispo,
para que nos sujeitemos a D-us. Devemos olhar para o bispo tal como olharíamos para o próprio S-nhor." (Carta de Inácio aos Ef. 2:1-4)
"...obedeça ao seu bispo..." (Carta de Inácio aos Mag. 1:7) "Seu bispo está presidindo no lugar de D-us... ...unam-se ao seu bispo..." (Carta de Inácio aos Mag. 2:5,7) "...aquele...que faz qualquer coisa sem o bispo... não é puro em sua consciência..." (Carta de Inácio aos Tral. 2:5) "...Não faça nada sem o bispo." (Carta de Inácio aos Fil. 2:14) "Cuidem para que vocês sigam o seu bispo, Assim como Jesus Cristo ao Pai..." (Carta de Inácio aos Esm. 3:1)
Ao exaltar o poder do ofício do bispo (supervisor) e exigir a absoluta autoridade do bispo sobre a assembléia, Inácio estava na realidade fazendo uma jogada para obter o poder, tomando a autoridade absoluta sobre a assembléia de Antioquia e encorajando outros supervisores não-judeus a fazerem o mesmo.
INÁCIO DECLARA QUE A TORÁ FOI ABOLIDA
Além disso, Inácio afastou os homens da Torá e declarou que a Torá havia sido abolida, não somente em Antioquia, mas em todas as assembléias de não-judeus para as quais escreveu:
"Não sejam enganados por doutrinas estranhas; nem por fábulas antigas sem valor. Pois se continuarmos a viver conforme a Lei Judaica, estamos confessando que não recebemos a graça..." (Carta de Inácio aos Mag. 3:1) "Mas se alguém pregar a Lei Judaica a vocês, não lhe dêem ouvidos..." (Carta de Inácio aos Fil. 2:6)
INÁCIO SUBSTITUI O SHABAT PELA ADORAÇÃO DOMINICAL
Foi Inácio quem primeiro substituiu o Shabat do sétimo dia pela adoração dominical, escrevendo:
"...não mais observem os Shabatot, mas observem o dia do Senhor, no qual também a nossa vida floresce nEle, através da Sua morte..." (Carta de Inácio aos Mag. 3:3)
INÁCIO DÁ UM NOME À SUA NOVA RELIGIÃO
Tendo usurpado a autoridade de Jerusalém, declarado a Torá abolida, e substituído o Shabat pelo domingo, Inácio criou uma nova religião. Inácio então cunha um novo termo, nunca antes utilizado, para essa nova religião que ele chama de "Cristianismo", a qual ele mesmo deixa claro que é distinta do Judaismo. Ele escreve:
"vamos portanto aprender a viver conforme as regras do Cristianismo, pois quem quer que seja chamado por qualquer outro nome além desse, esse não é de D-us... "É absurdo nomear Jesus Cristo e Judaizar. Pois a religião cristã não abraçou a judaica. Mas a judaica [abraçou] a cristã..." (Carta de Inácio aos Mag. 3:8,11)
CONCLUSÃO
Ao final do primeiro século, Inácio de Antioquia havia cumprido o alerta de Paulo. Ele abandonou o Judaismo e fundou uma nova religião a qual chamou de "Cristianismo." Uma religião que rejeitou a Torá, e substituiu o Shabat do sétimo dia pela adoração dominical.