A conversa entre Candace e Yancey,
intitulada “Impressionado
com a Graça”, é bastante amigável e mostra dois lados de uma mesma moeda:
de um lado, alguém que está satisfeita com sua condição homossexual, não quer
se arrepender nem mudar de vida, mas não abre mão de sua identificação cristã;
do outro lado, um famoso escritor evangélico que está tranqüilo quanto a essa
postura. As declarações a seguir são do próprio Yancey, em sua entrevista à
pastora lésbica:
“Tenho
freqüentado igrejas gays e lésbicas e fico triste que a maioria das igrejas
evangélicas não tenha espaço para os homossexuais. Encontrei cristãos
maravilhosos e comprometidos nas igrejas ICM (Igreja Cristã Metropolitana, uma
denominação que defende o estilo de vida homossexual). Eu queria que as outras
igrejas se beneficiassem da fé desses cristãos gays”.
“Durante
anos, Mel White foi um dos meus amigos mais íntimos antes que ele me revelasse
sua orientação sexual. (A propósito, ele ainda é meu amigo.)… Quando as pessoas
me perguntam como é que consigo manter amizade com um pecador como Mel,
responde perguntando como Mel consegue manter amizade com um pecador como eu. Mesmo
se eu concluir que toda conduta homossexual é errada, como querem muitos cristãos
conservadores, sou compelido a responder em amor”.
“No
que se refere a assuntos de doutrinas, como a ordenação de pastores gays e
lésbicos, fico confuso… Francamente, não sei a resposta para essas questões”.
“Obviamente,
se uma igreja está dizendo que você precisa abandonar a orientação sexual, essa
igreja precisa receber educação”.
“Já
estive em igrejas gays e lésbicas cujo fervor e compromisso deixariam a maioria
das igrejas evangélicas mortas de vergonha”.
Em outra entrevista igualmente
reveladora ao site Interference, de
fãs da banda U2, Yancey respondeu que seu autor favorito é Frederick Buechner.
Buechner é pastor e teólogo da PCUSA, a maior denominação presbiteriana dos
Estados Unidos. Essa denominação “abençoa” uniões homossexuais, e tal postura
tem custado a
perda de algumas congregações mais conservadoras, que se recusam a
abandonar os ensinamentos da Bíblia sobre o homossexualismo.
Buechner está em perfeita sintonia
com sua denominação. Ele declarou:
“Dizer que moralmente, espiritualmente e humanamente a homossexualidade é
sempre má parece tão absurdo quanto dizer que nos mesmos termos a
heterossexualidade é sempre boa, ou vice-versa”.
A predileção de Yancey por Frederick
Buechner indica também uma sintonia. Isso mostra que Yancey não está sozinho em
sua “graça”. Buechner e sua denominação parecem estar bem perto ou junto dele
em pensamentos e ideais.
Graça sem transformação?
Em entrevista à revista Enfoque
Gospel, Yancey assegura que seu compromisso com a tolerância e a diversidade
(conceitos sagradíssimos na sociedade neopagã moderna) tem como motivação a
graça e o amor:
Procuro
não fazer um julgamento rígido sobre [o homossexualismo], porque, a partir do
momento em que julga, você perde metade das pessoas que devem ouvir o que tem a
dizer. Falo do que tenho certeza, e tenho certeza da maneira como devemos
tratar as pessoas que fazem as coisas de uma forma diferente da que a gente faz
e até mesmo com as pessoas que fazem coisas que desaprovamos fortemente. É isso
que significa graça. Se alguém é igual a mim, não preciso de graça. Eu preciso
da graça para quem é diferente de mim. Então, o que aprendi com o meu amigo foi
que ele teve de ter muita graça em relação a mim, também, porque eu trabalho
para a revista Christianity Today, que é uma revista que faz afirmações contra
o homossexualismo. Então, é tão difícil para o Mel White ser meu amigo quanto é
para mim ser amigo dele. Ao contrário de algumas pessoas, não acho que o
homossexualismo seja uma opção, que Mel White e outras pessoas simplesmente
decidiram ser homossexuais. É algo que está profundo na identidade dele, assim
como a minha heterossexualidade é profunda em minha identidade. Não acordei
pensando: “Acho que eu vou ser heterossexual.” Eu sou! Penso que com o Mel é a
mesma coisa.
Não, Yancey não está falando de
mostrar graça e amor para homens e mulheres que têm desejos homossexuais e
querem se libertar de seu pecado. Ele está falando de homens e mulheres que
estão determinados a viver no pecado homossexual e a defender sua escolha
errada com interpretações distorcidas e cruéis da Palavra de Deus.
Ele fala de indivíduos que buscaram
igrejas homossexuais para poderem exercer livremente seus impulsos sexuais. Ele
está falando de pessoas que, com uma interpretação pervertida da Palavra de
Deus, conciliaram o Cristianismo e o homossexualismo em suas mentes. Ele está
falando de gays que namoram e se “casam” crendo receber a bênção de Deus.
Yancey se esquiva de dar respostas
diretas, objetivas e claras sobre o homossexualismo. Ele prefere, diante do
público e da fama, manter-se ambíguo, como se fosse possível conviver com a verdadeira
graça sem experimentar nenhum tipo de transformação.
Será que Yancey já leu a primeira
epístola de João? Será que ele crê na Bíblia? O quanto em Yancey é ignorância?
O quanto nele é estratégia deliberada?
Yancey se esconde atrás da
ambigüidade, mas a Palavra de Deus é muito objetiva e clara sobre o pecado homossexual.
Crer que “a homossexualidade, como conhecemos hoje, não é condenada em nenhum
lugar da Bíblia”, tal como afirma a pastora lésbica que o entrevistou, equivale
praticamente a assumir uma fé esotérica ao atribuir significados diferentes a
passagens tão claras como Gênesis 1:27, Marcos 10:6, Levítico 18:22, 1 Coríntios
6:9 e Romanos 1:18-32. Os esotéricos são aqueles que seguem orgulhosamente
sistemas de crenças que dependem de conhecimentos e estudos especiais, fora de
alcance dos simples. Mas a fé bíblica é para os simples. Nunca perca isso de
vista.
Amor sem necessidade de obediência?
Onde não há obediência ao que Deus
manda, não há fé verdadeira na Pessoa de Jesus Cristo. Em Deus, amor e
obediência se complementam. É o que enfatiza o mesmo apóstolo João:
“Assim
sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus
mandamentos. Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus
mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados. O que é nascido de Deus
vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”. (1 João 5:2-5
NVI)
Em sua primeira epístola, João —
que é conhecido como Apóstolo do amor — faz a diferença entre dois tipos de
postura diante do pecado. Na primeira, o pecador reconhece que é pecador, arrepende-se
e luta com lágrimas diante de Deus para se santificar. É a postura dos
cristãos: quedas ocasionais caracterizam sua jornada, mas ele tem a garantia da
vitória final em Cristo. A eles o apóstolo diz:
“Filhinhos
meus, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis. Se, todavia, alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. (1 João
2:1)
Na segunda postura, o pecador não
reconhece que é pecador — pelo menos, não a ponto de desejar mudança. Continua
insistindo nos mesmos pecados e jamais se arrepende. É a postura dos incrédulos
que freqüentam igrejas. Precisam ser alertados e confrontados para que se
convertam verdadeiramente. A eles João diz:
“Todo
aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o
viu, nem o conheceu”. (1 João 3:6)
É certo que devemos ter paciência
com os freqüentadores da igreja que ainda não se converteram. O ensino e a
pregação da Palavra são poderosos instrumentos de mudança na vida das pessoas.
Em outras situações, se conhecemos cristãos em pecado, é necessário exortar,
com carinho, para que deixem o pecado.
A verdadeira graça transforma
O fator essencial de mudança é a
graça de Deus.
“Porque
a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar
à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa
nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa
manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”. (Tito 3:11-13 NVI)
A verdadeira graça de Deus não
deixa ninguém atolado no pecado, nem é contrária aos mandamentos claros de Deus.
A graça dele salva e nos ensina a renunciar ao pecado e às paixões mundanas e a
viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente. Com relação às
graças estranhas que são vividas e pregadas por celebridades evangélicas, há quase
2.000 o Apóstolo Paulo já alertava:
“Pois
virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo
coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios
desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.
(2 Timóteo 4:3-4 NVI)
“Alguns
se infiltraram no meio de vocês sem serem percebidos… Eles usam a graça de Deus
como desculpa para a liberdade sexual…” (Judas 1:4 GW)
Infelizmente, os ídolos que o
público segue não são apenas artistas e cantores que são imitados e viram moda.
São também personalidades evangélicas que fazem sucesso por dizerem o que está
na moda, por pregarem um “evangelho” agradável, sem compromisso, sem cruz, sem
sangue, sem dor e sem libertação.
“Filhinhos,
guardai-vos dos ídolos”. (1 João 5:21)
Sucesso garantido pela ideologia
Yancey não é ídolo por acaso. Ele
tem sido aclamado nos círculos cristãos esquerdistas do mundo inteiro. No
Brasil, basta que se recite enfadonhamente o menu da esquerda para se virar
ídolo. Qualquer evangélico que ouse contrariar essa ideologia atrai a ira das
galinhas politicamente histéricas, que só se contentam com a Teologia da
Libertação, que fatalmente liberta os homens da Verdade, roubando-lhes toda
chance de salvação no Evangelho de Jesus Cristo. É por isso que Yancey não é
alvo de crítica de evangélicos esquerdistas. Seu “evangelho” (ou seja lá o que
ele chame sua pregação) traz uma graça colorida que não incomoda nem o diabo nem
os esquerdistas nem o pecado.
“Talvez
nossa época precise de um novo tipo de movimento ecumênico: não de doutrina,
nem mesmo de unidade religiosa, mas um movimento ecumênico que seja edificado
no que judeus, cristãos e muçulmanos têm em comum… Aliás, judeus, cristãos e
muçulmanos têm muito em comum”.
Em entrevista à revista
ultra-esquerdista Sojourner,
Yancey fez um comentário que revela que ele está consciente do que está
fazendo. No comentário, ele próprio indica que as pessoas é que não estão
conseguindo ver o que ele está fazendo! Ele diz:
Eu
mesmo me surpreendo com o fato de que consigo escapar de críticas e rejeições
pelas coisas que escrevo. Quando enviei meu manuscrito de “Maravilhosa Graça”,
eu disse para minha esposa Janet: “Acho que provavelmente este é o último livro
que o mercado evangélico vai tolerar de mim”. Meu livro tem um capítulo inteiro
sobre Mel White, que é agora um ativista gay, e tem um capítulo inteiro sobre
Bill CIinton, que não é o presidente mais favorecido dos evangélicos.
Mesmo se considerando evangélico, Bill
Clinton é fã das obras do bruxo Paulo Coelho. Ele foi também o presidente mais
pró-aborto e pró-homossexualismo que os EUA já tiveram. Apesar disso, num
artigo em Christianity
Today, Yancey elogiou Clinton como “um homem de fé num mundo que não tem
consideração pela fé”. Elogiar o esquerdista Clinton e criticar o conservador
Bush é atitude padrão para garantir a própria sobrevivência, sucesso e
prestígio no meio da mídia esquerdista. Yancey tem feito as duas coisas.
No mundo secular, os esquerdistas
são amigos de ativistas homossexuais. Por pura coincidência, Yancey tem a mesma
inclinação. Mel White, amigo de Yancey, dirige o grupo homossexual radical Soulforce, que faz pressão para que
instituições evangélicas conservadoras abandonem suas posições bíblicas e
incorporem a agenda homossexual.
Não há dúvida de que ao defenderem
e conciliarem o Cristianismo com comportamento homossexual, casamento gay,
adoção de crianças por “casais” gays e ordenação de pastores gays, Mel White, Candace
Chellew-Hodge e outros ativistas homossexuais encapuzados de cristãos estão pregando
heresia. E a Palavra de Deus tem apenas um conselho para os cristãos genuínos
lidarem com heresia:
“Ao
homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o”. (Tito 3:10 ACF)
O problema não é que White e outros
ativistas homossexuais “cristãos” sejam pecadores. O problema é que eles se dizem
cristãos e estão determinados a usar a Bíblia para continuar no pecado
homossexual. Eles não querem nada com arrependimento! De novo, a Palavra de
Deus reforça o conselho de afastamento:
“Estou
lhes escrevendo que não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão,
seja imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais
pessoas vocês nem devem comer”. (1 Coríntios 5:11 NVI)
No entanto, Yancey insiste em não
admoestar nem evitar. Ele defende que manter amizade com um ex-evangélico que
hoje militantemente promove e impõe a agenda homossexual sobre as igrejas
evangélicas é mostrar graça e amor. Ele não vê como amor a orientação da
Palavra de Deus em Tito 3:10 e 1 Coríntios 5:11.
Acerca dessa questão, Andy Comiskey,
que dirige um ministério de resgate para pessoas que desejam abandonar o
homossexualismo, diz:
“Yancey,
autor de vários livros, apresentou White em seu livro What’s
So Amazing About Grace?, exibindo White e
sua amizade com ele como exemplo forte da graça de Deus. Embora o autor não
abrace todas as escolhas de White, Yancey dá destaque a um homem que se tornou
o mais influente cristão gay de nossa época. Inadvertidamente, o autor cria uma
ponte maligna entre um falso profeta (White) e milhares de leitores que estão
buscando clareza na área da homossexualidade. Talvez o fato de que Yancey tenha
incluído White em seu livro seja exemplo de alguém que “se introduziu com
dissimulação” em nosso meio a fim de “transformar em libertinagem a graça de
nosso Deus” (Judas 4).”
A graça de Yancey ensina a aceitar
os pecadores não-arrependidos sem necessidade e abertura para salvação e
libertação, e sem nenhuma necessidade de admoestar e evitar os que defendem o
homossexualismo com argumentos bíblicos.
Entretanto, existe uma verdade
biblicamente inegável, que supera todas as fantasias que cultivemos sobre a
graça: Quem conhece de fato a graça de Deus muda de vida. Quando era
homossexual, Andy Comiskey conheceu essa graça. Depois de experimentá-la, ele
abandonou o homossexualismo e agora se esforça para transmitir aos seus amigos
a graça que salva e liberta. Hoje ele faz o que pode para alertar contra o
perigo da graça sem a verdade, onde ele destaca três expoentes desse tipo
de graça: Brennan Manning, Lewis Smedes e o próprio Yancey.
O testemunho ambíguo e fácil de
Yancey faz multidões de fãs e deixa os pecadores homossexuais confortáveis e
tranqüilos em sua condição. E deixa o próprio Yancey confortável e tranqüilo na
fama, no bolso e na vendagem de seus livros. O testemunho do ex-homossexual Comiskey
simplesmente os desafia a experimentar a mesma transformação que ele próprio
recebeu.
A graça que transforma é
inconfundível e inigualável.
Texto de : Júlio Severo
Publicado por: Hadassah Ben HaShem