O palestrante, Brennan Manning, causou impressão. Eu havia lido seus livros sobre graça e cura, e estive em suas reuniões que minha igreja havia patrocinado. No entanto, eu estava me sentindo incomodado. Pensei: “Quanta ênfase no amor”. Mas e quanto a uma mensagem clara incentivando-nos a abandonar as coisas infantis, para tomar posse de aspectos maiores e mais verdadeiros da nossa identidade em Cristo? Concordo plenamente que Deus nos abraça em nossa fraqueza. Mas em nossa perversidade também? Fiquei pensando no modo como ele aborda a questão da pureza sexual, principalmente a homossexualidade…
Encontrei-me com Manning para um almoço para tratar dessas questões. Ele pareceu ter ficado realmente ofendido quando expressei minhas preocupações com as referências ambíguas dele com relação ao homossexualismo em seus artigos e livros. Durante nosso almoço incômodo, ele defendeu os “casais” gays que vivem em compromisso. Ele também desafiou meu compromisso de defender a ética sexual bíblica — nenhum sexo com homem ou mulher fora da aliança conjugal heterossexual — tachando-me de desinformado e de ter uma mente estreita. Eu compartilhei com ele acerca do compromisso do ministério Desert Stream de dar oportunidades seguras e fortes na igreja para a transformação dos homossexuais. Meu assistente Mark Pertuit e eu demos para ele testemunho de nossas próprias caminhadas de cura. Manning rejeitou nosso testemunho com o argumento de que eu não tinha conhecimento suficiente de teologia moral para ser levado a sério nessa questão.
Obviamente, Manning e eu abordamos
de modo diferente a questão da autoridade moral. Minha abordagem é conservadora
e baseada na Bíblia. A abordagem dele é obscura para mim. Mas o que emerge
dessa falta de clareza nele (e, é triste dizer, em muitos como ele) é uma
sentimentalização horrorosa da homossexualidade. Estranhamente, os indivíduos
que se encontram presos às tendências homossexuais se tornam “tabus” para
“terapeutas” como Manning. Em vez de abraçar com verdade e graça homens e
mulheres que estão confusos, esses terapeutas dançam ao redor desses homens e
mulheres em dificuldades e lutas, concedendo-lhes uma condição de quase heróis.
O resultado é uma compaixão falsa que pode incentivá-los a se identificar e
viver o homossexualismo.
Graça sem a verdade clara e
autorizada das Escrituras Sagradas é mortal, onde se pode demarcar os limites
conforme nossa vontade, perdendo a revelação da vontade de Deus para nossa vida
humana aqui na terra. Ficamos, em vez disso, sozinhos construindo uma
identidade baseada em nossa experiência da realidade. “Sinto-me gay. Portanto,
sou gay. Deus me abençoa como gay”. Esse pensamento esvazia a cruz de seu
sentido. Jesus morreu para nos oferecer o retorno ao seu plano ideal no Jardim
do Éden. Ele ressuscitou para nos levantar de acordo com a vontade do Pai para nossa
vida humana. Se perdemos essa verdade, então a graça fica sem sentido. Sua
energia que transforma vidas se dispersa e perde a força. A verdade das
Escrituras guia a energia da graça. Sem a verdade, a graça perde seu poder
dinâmico e essencial de transformar vidas.
Para muitos terapeutas de
influência, a graça abraça os indivíduos que enfrentam conflitos homossexuais,
mas é aparentemente incapaz de transformá-los. Certos terapeutas estão
fortalecendo essa idéia enganosa — como Mel White, ex-professor do Seminário
Fuller e pastor evangélico, que hoje dirige Soulforce, um grupo que defende o
homossexualismo. Em sua biografia Stranger
at the Gate (Estranhos nos Portões), White se representa como uma figura de
certo modo trágica cujos impulsos homossexuais o forçaram a formar múltiplas
parcerias antes e depois que seu casamento acabou.
Amigos dele, como o falecido
especialista em ética Lewis Smedes, do Seminário Fuller, aceitaram a entrada de
White no movimento homossexual como praticamente inquestionável. Como
resultado, o Dr. Smedes olhava com profunda desconfiança estudantes como eu
mesmo que ousavam defender a cura dos homossexuais. Eu costumava passar por
Smedes no corredor, onde ele me olhava direto nos olhos e perguntava: “Quanto
tempo você vai agüentar antes de recair no homossexualismo?”
Bem mais sutil é a influência de
White em Philip Yancey. Yancey, autor de vários livros, apresentou White em seu
livro What’s So Amazing About Grace?,
exibindo White e sua amizade com ele como exemplo forte da graça de Deus.
Embora o autor não abrace todas as escolhas de White, Yancey dá destaque a um
homem que se tornou o mais influente cristão gay de nossa época. Inadvertidamente,
o autor cria uma ponte maligna entre um falso profeta (White) e milhares de
leitores que estão buscando clareza na área da homossexualidade. Talvez o fato
de que Yancey tenha incluído White em seu livro seja exemplo de alguém que “se
introduziu com dissimulação” em nosso meio a fim de “transformar em
libertinagem a graça de nosso Deus” (Judas 4).
Graça sem verdade é mortal, tirando
proveito de nossos sentimentos. “Quero ser um cara bacana. Não quero provocar
mais problemas na vida de alguém que já está sofrendo. Jesus não incluiu os
excluídos?” Nosso desejo de ser misericordiosos é compreensível, mas ingênuo. O
sentimentalismo distorce a essência do conflito homossexual, produzindo uma
perspectiva dramática de nós mesmos, o que só distancia o necessitado de sua
cura.
E distancia o necessitado também da
real boa notícia do Evangelho. Não há dúvida alguma de que Jesus primeiramente
chamou ao arrependimento os hipócritas religiosos. Mas Ele então chamou Seus
seguidores para lidar de modo direto com seus pecados (Lucas 7:36-50;
João 8:1-12). Ignorar a atitude dos seguidores para com o
pecado é esculhambar com o testemunho de Cristo e preparar as pessoas para cair
em enganos.
Os homens e as mulheres que
enfrentam profundas vulnerabilidades homossexuais precisam da plenitude da
graça e da verdade. Sem essa plenitude, corremos o risco de facilmente levar o
povo de Deus a caminhos muito enganadores. E se eu tivesse um Manning ou um
White no começo da minha caminhada para me curar? Talvez nós como cristãos sejamos
ingênuos demais acerca do que e de quem acolhemos nas nossas vidas.
Nosso mundo cristão nos fornece
muitas influências amplas. Precisamos perguntar a nós mesmos: Qual é a base
desse líder na área da autoridade? É a graça em harmonia com a verdade bíblica?
Peça o discernimento de Deus. Então, aja de acordo com esse discernimento.
Prepare-se para fazer as perguntas difíceis. Cada vez mais, enfrentaremos
líderes cristãos famosos que estão sob engano e enganando outros nas áreas da
sexualidade e homossexualidade. Precisamos falar a verdade em amor para eles.
Agimos assim por amor a eles e aos que, sem nossa intervenção, seriam
desencaminhados por eles.
Em meio às lutas que enfrentarmos
ao abrir a boca para falar a verdade, vamos com alegria e bondade dar
testemunho acerca da cura da homossexualidade. Se você está sendo transformado
nessa área da sua vida, revele para outras pessoas. Se você conhece outros que
estão sendo libertos, divulgue. Nada transmite de forma mais poderosa a
plenitude da graça e verdade do que a transformação de alguém que sofre
conflitos homossexuais! O que Deus cria na pessoa resoluta, que se entregou a
Ele, é nada menos do que Sua imagem gloriosa, tudo por meio do poder libertador
da graça. A verdadeira graça. Que mensagem importante para nossos dias! Que
Deus grande e glorioso servimos. Que privilégio revelá-Lo por meio do
testemunho de vidas transformadas.
“Muitos vivem como
inimigos da cruz de Cristo”.
(Filipenses 3:18 NVI)
“Eles, com palavras de
vaidosa arrogância e provocando os desejos libertinos da carne, seduzem os que
estão quase conseguindo fugir daqueles que vivem no erro”. (2 Pedro 2:18
NVI)
“Vocês não sabem que os
perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem
idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos… herdarão o Reino
de Deus. Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram
santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito
de nosso Deus”.
(1 Coríntios 6:9-11
NVI)
Escrito por : Andy Comiskey
Postado por: Hadassah ben HaShem
Nenhum comentário:
Postar um comentário