sexta-feira, 22 de julho de 2011

A Rainha Ester - por Eliza Walker

Importante: antes de ler este texto, leia o capítulo 4 de Ester.

A rainha Ester era do povo judeu, e eles estavam cativos em terra estrangeira. Apesar disso ela foi escolhida para ser rainha. Ela foi tirada de seu contexto familiar e foi levada para um lugar privilegiado, mais alto que qualquer outro. Estava em uma posição superior a de todo o restante de seu povo. Com o passar do tempo o palácio passou a ser o seu lugar, a tal ponto que ela se tornou indiferente ao que estava se passando com seu povo. Isso era necessário porque era perigoso que ela revelasse ao rei sua verdadeira nacionalidade, foi uma medida necessária. Porém, aquela medida necessária não era mais possível, ou até mesmo correta.
Chega um determinado momento em que Ester precisa encarar o porquê estava naquela posição privilegiada. E se Ester estava tão envolvida com sua nova vida, sua nova posição, ela jamais seria capaz de compreender o momento de mudança de atitude.
Então temos este personagem importante: Mordecai. Este homem foi quem colocou Ester na posição em que ela se encontrava e a instruiu para agir daquela forma. E é este homem que faz a ligação entre a realidade do palácio e a realidade do povo. *(um Atalaia)
O mais interessante é que Ester está tão envolvida em sua vida particular, que não só está alheia ao seu povo, mas também está alheia ao rei. Ela nem sequer sabe do seu último decreto, pois tem mais de um mês que eles não se encontram.
Ester está profundamente carente de um chamado para realidade. Ela precisa de Mordecai mais do que nunca.
E ali está ele, altamente consciente da gravidade do momento em que estão vivendo. Consciente inclusive da verdade de que ele não é solução para o problema. Mas isto não o faz ficar passivo ou paralizado, pois ele sabe que também participa da solução. Mordecai se coloca até o limite de suas possibilidades, com grande abatimento e dor, sabe até onde pode ir e não ultrapassa a linha. E espera. Ele espera a comunicação com a rainha.
Ele não está ali por si, para que sua situação particular seja mudada, pois esta é a primeira tentativa da rainha: melhorar a situação dele. Mas ele não aceita, ele não aceita as roupas novas mandadas pela rainha, porque ele está ali para interceder por aqueles que não tem acesso à rainha. Mordecai é a voz daqueles que não podem clamar. Ele é inclusive a voz da própria rainha – ela é parte do povo e pereceria juntamente com todos.
Apesar de que ele é essa voz que chama para a realidade, sua principal limitação é que ele não tem acesso ao rei!
Eu desejo falar sobre o mundo. Sei que parece não ter nada a ver com esta história de Ester, mas não consegui pensar em ilustração melhor. Quero usar esta história para mostrar como está nossa situação como igreja do Senhor.
O povo de Israel representa a humanidade, a rainha é a igreja e Mordecai é a voz profética.

O paralelo é bem direto: fazemos parte da humanidade, mas fomos escolhidos para estar em uma posição especial e privilegiada, a mais alta posição imaginável. Fomos escolhidos para ser a noiva do Senhor do Universo.
Não há nada mais maravilhoso do que nossa salvação. Você é escolhido, separado e Deus investiu tudo para te fazer perfeito. A pergunta é: você sabe porquê?
É muito bom curtir o que Deus tem para nós, mas chega o momento em que ele revela o propósito de ter nos escolhido. Você não é o alvo, é apenas o meio. A igreja não é o fim e sim o canal de Deus na terra.
Quando Deus chama Abraão, em sua primeira conversa Deus revela para ele que aquele chamado tinha um propósito específico que não parava em Abraão – Deus visava todas as famílias da terra – “em ti serão benditas todas as famílias da terra”.
Eu quero te dar uma notícia que provavelmente você já está cansado de saber, mas não é algo com que de fato você se importa: DEUS AMA O MUNDO.
Está na hora de você entender porque foi escolhido por Deus. Igreja, está na hora de assumir o verdadeiro motivo pelo qual Deus te escolheu.
“Quem sabe se não foi para esta hora que fostes colocada no reino?”
Estamos na maior crise de todos os tempos. O mundo está morrendo, está perecendo, e há muito tempo a igreja parou de responder às suas perguntas. A igreja se encontra acomodada e em profunda alienação.
Há este período de separação específica que Deus faz entre nós e o mundo, e é necessário, mas há um motivo para isto. Você foi separado, porque se não tivesse sido, jamais teria acesso a Deus. O mundo não tem acesso a Deus, porque ele é impuro. Você é separado e santo e portanto tem acesso a Deus... para que? Pra que você tem acesso a Deus?
Você tem acesso a Deus para interceder diante dele pelo mundo.
No final do capítulo 4 Ester diz: se perecer, pereci.
Qual é a gravidade da intercessão? Quanto custa a intercessão?
O intercessor é aquele que perde toda sua segurança, pois ele se identifica com o imundo, com o perdido. O momento de intercessão é aquele onde o intercessor abre mão de sua posição privilegiada e entra na zona de risco. Um exemplo disso é o de Moisés em Ex 32.32.
Uma vez que foi separado, agora é hora de você se identificar com a dor do mundo. As pessoas estão sofrendo no pecado. Elas não tem voz para clamar. É hora da igreja clamar, é hora de experimentarmos o maior avivamento de todos os tempos. Almas precisam ser salvas. Quem vai abrir mão de sua segurança e se colocar na zona de risco?
E o maior exemplo de intercessão foi Jesus. Não há identificação maior. Ele abriu mão de tudo, entrou na área de risco e nós estamos chamados para esta intercessão.
Lembro-me do filme “A conquista de reis”, que mostra a história de Ester. A cena onde ela adentra a sala do trono é muito forte, muito impactante, muito bonita.
Nós fomos comprados pelo sangue de Jesus e através deste sangue temos livre acesso à sala do trono. Não devemos continuar alheios ao coração de Deus e à dor do mundo.
Que a voz profética seja proclamada hoje para acordar a igreja.

Post de: Hadassa ben HaShem

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